A estreita relação entre comunicação não violenta e o Yoga.
Não seria a hora de colocar em prática?
A prática do yoga e a comunicação não violenta podem parecer áreas distintas, mas na verdade têm muitos pontos em comum. A comunicação não violenta é uma abordagem que busca melhorar a qualidade das relações humanas por meio da empatia, da escuta ativa e da expressão autêntica dos sentimentos e necessidades.
Já o yoga é uma prática milenar que busca a harmonia entre corpo, mente e espírito, com técnicas como posturas, respiração e meditação. Ambas as práticas buscam uma conexão mais profunda consigo mesmo e com os outros, e podem ser complementares na busca por uma vida mais equilibrada e saudável.
A expressão NÃO-VIOLÊNCIA tem sua origem do Sânscrito da palavra AHIMSA que é o primeiro passo no código de conduta do Yoga. Faz parte do conjunto dos Yamas e Niyamas, que são as normas de condutas e atitudes para os que almejam saúde mental.
De acordo com Gandhi, Ahimsa, a não-violência, parte da premissa de que todos os seres vivos têm uma centelha da energia espiritual divina; consequentemente, ferir alguém é ferir a si próprio. Dizia ele:
"Toda a humanidade é uma grande família."
O preceito de "não causar dano" do ahimsa inclui intenção, palavras e pensamentos do praticante.
Gandhi acreditava que não haveria a expressão da não-violência sem o reconhecimento de que cada um de nós tem aspectos intrínsecos violentos. Para praticar o ahimsa, precisamos antes, conhecer, integrar e transformar nossa própria violência. Isso está relacionado com o conceito de verdade.
Marshall Rosenberg, o sintetizador da Comunicação Não-Violenta, após buscar em fontes como a sociologia e a psicologia, encontra inspiração para sua abordagem na prática da não-violência de Gandhi.
Na sua trajetória, Marshall Rosenberg cria um pressuposto que conversa com os vivenciados por Gandhi quando traz as necessidades humanas e universais, como aquilo que todos os seres humanos têm em comum e buscam atender o tempo todo, como: pertencimento, apoio, clareza, amor, sentido, respeito, reconhecimento, etc.
Em Gandhi, temos o conceito de centelha da energia espiritual divina:
"Toda a humanidade é uma grande família."
Em Marshall, o conceito central são as necessidades humanas e universais, presentes em todas as pessoas de todas as culturas. É a nossa força de vida:
"Toda violência é uma expressão trágica de uma necessidade não atendida."
Isto quer dizer que sempre que agimos de maneira a magoar ou machucar alguém, estamos tentando satisfazer alguma necessidade, mas não sabemos bem qual é esta necessidade e nem como fazer isto.
Praticar a cultura da não-violência, talvez seja, aprender o caminho de uma expressão honesta e ainda assim, empática e compassiva. E ainda, manter viva a intencionalidade de colaborar para que todos nós tenhamos nossas necessidades atendidas.