A Yoga e o Circo.

31/01/2020

Habilidades circenses, alongamentos exagerados e barriga trincada definitivamente não fazem parte do universo do Yoga.

Podemos definir Yoga como um "estilo de vida" ou também um "estado da mente". Como dizia o Sábio Patanjali: Yoga é a cessação dos turbilhões mentais.

Não se sabe ao certo se Patanjali era somente uma pessoa ou um conjunto de pessoas. Sabe-se, de certo, que Patanjali foi o sistematizador do Yoga. Sua obra, Yogasutras de Patanjali, são descritos os chamados ashitanga yoga, que em sancrito quer dizer "Os oito membros do Yoga"

São estes: Yamas ( o que se deve evitar) , Niyamas (o que você deve buscar, vivenciar) , Asana (posturas), Pranayama (expansão e controle da energia vital, controle respiratório) Pratyahara (cessação dos sentidos, introspecção) , Dharana (concentração mental, foco), Dhyana (meditação, concentração profunda e prolongada), Samadi (integração com a unidade, superconsciência).

O que se vê em academias hoje em dia é a exagerada valorização do ASANA, o terceiro elemento de oito que compõem os passos do Yoga. É como se somente aquele que consegue colocar o pé no teto ou fazer uma invertida fosse capaz de alcançar a "autorrealização" que o Yoga propõe.

O Asana é sem dúvida alguma importantíssimo para o Yoga. É através dele que treinamos a nossa consciência corporal através de posturas de equilibro, flexão, extensão, etc. É onde percebemos os efeitos de cada postura em nós mesmos, pouco importando QUANTO se faz e, sim, o COMO se faz.

As sensações vivenciadas pelas posturas são o que importa. Podemos ter um grande ginastas que embora tenha excelente alongamento, não consegue parar e perceber as impressões do que esta sendo feito. Em outras palavras, não consegue trazer a sua atenção ao momento presente.

Em suma, creio nesta máxima dita pelo grande professor Marcos Rojo, que sintetiza a ideia do Yoga. Ele diz que Yoga não é para o corpo, é através do corpo. Yoga não é para a mente, é através da mente. Nada mais assertivo do que esta frase!

Namastê